ENEM Ano 2016 3a Aplicação

Voltar à pagina de questões

Área de conhecimento: LCT - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Matéria: Português


Questão 126

O mistério do brega

 

  Famoso no seu tempo, o marechal Schõnberg (1615-90) ditava a moda em Lisboa, onde seu nome foi  aportuguesado para Chumbergas. Consta que ele foi responsável pela popularização dos vastos bigodes tufados na Metrópole. Entre os adeptos estaria o governador da província de Pernambuco, o português Jerônimo de Mendonça Furtado, que, por isso, aqui ganhou o apelido de Chumbregas - variante do aportuguesado Chumbergas. Talvez por ser um homem não muito benquisto na Colônia, o apelido deu origem ao adjetivo xumbrega: “coisa ruim”, “ordinária”. E talvez por ser um homem também da folia, surgiu o verbo xumbregar, que inicialmente teve o sentido de “embriagar-se” e depois veio a adquirir o de “bolinar”, “garanhar”. Dedução lógica: de coisa ruim a bebedeira e atos Iibidinosos, as palavras xumbrega ou xumbregar chegaram aos anos 60 do século XX na forma reduzida brega, designando locais onde se bebe, se bolina e se ouvem cantores cafonas. E o que inicialmente era substantivo, “música de brega”, acabou virando adjetivo, “música brega” - numa já distante referência a um certo marechal alemão chamado Schõnberg. 

ARAÚJO, P. C. Revista USP, n. 87, nov. 2010 (adaptado).

O texto trata das mudanças linguísticas que resultaram na palavra “brega”. Ao apresentar as situações cotidianas que favoreceram as reinterpretações do seu sentido original, o autor mostra a importância da 

Voltar à pagina de questões Próxima

Fonte: Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM 2016