Simulado Ministério Público de Contas do Estado do Pará - MPC/PA | Cargo 9: Assistente Ministerial de Informática | 2019 | Questão 16

Língua Portuguesa / Domínio da estrutura morfossintática do período / Concordância verbal e nominal


Se os historiadores produzem o passado e é o
passado que faz uma nação, os historiadores do patrimônio
fazem política, inventando o patrimônio nacional,
atribuindo valor e significados a bens e práticas culturais
que circunscrevem os limites da nação.
Sabemos bem que o trabalho do historiador, ao
fabricar um patrimônio no seu próprio ofício da escrita da
história, está integrado a um projeto de nacionalização, de
construção do Estado e, portanto, de poder.
Certa produção historiográfica e sociológica, em
debate pelo menos desde os anos 70 do século passado e já
clássica na atualidade, trouxe novos ingredientes para a
reflexão sobre essa ambiguidade do papel do historiador e
do intelectual de um modo geral. Essa literatura aponta os
numerosos constrangimentos a que estavam submetidos, na
sua produção intelectual, em função de um processo de
formação, enquadramento e disciplinarização que
delineava um lugar de fala, limitado por regras de diversas
naturezas. Dentre elas, podem ser destacadas as de
financiamento de estudos, postos a julgamentos sobre suas
finalidades e objetivos por comissões de alto nível, bem
como as regras que regem a oferta de trabalho. O perfil e a
política das instituições em que estão inseridos, entre
outros aspectos, impõem a agenda dos estudos do
momento.
Alguns desses autores, em confronto com
interpretações totalizantes acerca dos fenômenos sociais,
verificavam, também, que, diante de estratégias de
dominação — identificadas em microescalas e em
diferentes tipos e níveis de relações —, havia a
possibilidade de pequenas subversões ou da adoção de
sutis táticas de resistência; noutra vertente, pode-se falar
nas brechas que se verificam em todo sistema e que arejam
e alimentam esperanças de transformação.
Ainda que circunscritas a determinados limites,
essas ações de resistência, aparentemente insignificantes,
colocam em movimento as relações e podem alterar a
realidade de uma ordem imposta ou dominante, em um
jogo vivido cotidiana e mais ou menos silenciosamente.
É evidente, nessa perspectiva, que, diante do
exercício de violência simbólica ao qual somos
submetidos, na qualidade de sujeitos históricos,
verificam-se nossas capacidades inventivas nos limites de
possibilidades de ação de que dispomos. Essa estranha
“margem de manobra”, ou, em melhores palavras, essa
interseção entre um profundo pessimismo e a utopia de se
construir um mundo melhor, é que mobiliza os homens
para a ação. Márcia Chuva. História e patrimônio. In: Revista do patrimônio
histórico e artístico nacional, nº 34, 2012, p. 11 (com adaptações).

A respeito dos aspectos linguísticos e textuais do texto
CB2A1AAA, julgue os itens que se seguem.

A forma verbal “impõem” (ℓ.24) está no plural porque
concorda com o termo “instituições” (ℓ.23).

Voltar à pagina de tópicos Próxima

Fonte: AUXILIAR INSTITUCIONAL - ÁREA 1 / IPHAN / 2018 / CESPE