Simulado Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA | Agente Administrativo | 2019 pre-edital | Questão 203

Língua Portuguesa / Sintaxe / Regência verbal e nominal


Os intérpretes do Brasil e das nações egressas de sis-
temas coloniais partem, desde os meados do século XX, da
aceitação tácita ou manifesta de uma dualidade fundamental:
centro versus periferia.
Creio ser razoável perguntar se essa oposição é estru-
tural ou histórica; e, em consequência, se é estática ou dinâ-
mica, se está fixada para todo o sempre como um conceito
ontológico, ou se está sujeita ao tempo, logo à possibilidade de
variação e mudança.
Há uma passagem em A era dos impérios de Eric
Hobsbawm em que o historiador exprime a sua perplexidade em
face do discurso sobre a diferença entre “partes avançadas e
atrasadas, desenvolvidas e não desenvolvidas do mundo”:

“Definir a diferença entre partes avançadas e atrasadas,
desenvolvidas e não desenvolvidas do mundo é um
exercício complexo e frustrante, pois tais classificações
são por natureza estáticas e simples, e a realidade que
deveria se adequar a elas não era nenhuma das duas
coisas. O que definia o século XIX era a mudança: mu-
dança em termos de e em função dos objetivos das re-
giões dinâmicas do Atlântico norte, que eram, à época, o
núcleo do capitalismo mundial. Com algumas exceções
marginais e cada vez menos importantes, todos os paí-
ses, mesmo os até então mais isolados, estavam, ao
menos perifericamente, presos pelos tentáculos dessa
transformação mundial. Por outro lado, até os mais
‘avançados’ dos países ‘desenvolvidos’ mudaram par-
cialmente através da adaptação da herança de um pas-
sado antigo e ‘atrasado’, e continham camadas e par-
celas da sociedade resistentes à transformação. Os his-
toriadores quebram a cabeça procurando a melhor ma-
neira de formular e apresentar essa mudança universal,
porém diferente em cada lugar, a complexidade de seus
padrões e interações e suas principais tendências.”
231. Eric Hobsbawm, A era dos impérios. 1875-1914, 11. ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2007. p.46.

(Alfredo Bosi, “O mesmo e o diferente”. IN Ideologia e contra-
ideologia. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 227-228)

“O que definia o século XIX era a mudança: mudança em termos de e em função dos objetivos das regiões dinâmicas do Atlântico norte, que eram, à época, o núcleo do capitalismo mundial.”



Estrutura que considera, como a destacada acima, corretamente as regências, encontra-se em frases que seguem, com EXCEÇÃO desta única:

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Fonte: ANALISTA JUDICIáRIO ÁREA JUDICIáRIA / TST / 2012 / FCC