Simulado Polícia Civil do Estado do Espírito Santo - PCES | Investigador | 2019 pre-edital | Questão 13

Língua Portuguesa / Compreensão e interpretação de texto; Função textual dos vocábulos


TEXTO I
Vida de Acompanhante Ana teve que fazer uma pequena
intervenção cirúrgica e me convidou para ser
seu acompanhante na casa de saúde. Bem,
normalmente evito passar até na porta de um
hospital (atravesso sempre para o outro lado
da rua, receoso de apagar diante de um bafo
mais forte de éter). Aquela situação, porém,
não me permitia simplesmente bater em
retirada. Mesmo assim, o medo falou mais alto
e bem que tentei cair fora.
- Escuta, Ana, quero lhe dizer que me sinto
profundamente honrado com o convite que
você me faz para ser seu partner no hospital
mas... Será que vai pegar bem? Será que o
pessoal do hospital não vai reparar de você
ter o próprio marido como acompanhante?
Você sabe como é esse pessoal de hospital,
fala demais. Vão dizer que você é uma mulher
absorvente, ciumenta, que não larga o marido
nem para ser operada.
- Se você não quiser ir - disse ela muito
segura - eu chamo outra pessoa.
- Não, Ana. Que é isso? Eu vou, claro. Tamos
aí, firme e forte. O problema é que não tenho
muita experiência. Talvez pudéssemos chamar
outra pessoa para ir com a gente. Na minha
vida, só entrei como acompanhante em baile
de formatura. O convite do hospital dá direito
a levar quantos acompanhantes?
- Um. Um só. E vai ser você. Ou será que
você está com medo?
- Quem, eu? - dei aquela do machão. - Você
não me conhece... Sou uma fera braba dentro
de um hospital.
- Tenho a impressão de que você está com
medo.
Não adianta fingir, pensei. Resolvi me
entregar:
- Morrendo, Ana. Tô morrendo de medo. Não
sei se vou agüentar. Tenho pavor de entrar em
hospital, aquele clima, aquele cheiro... Veja, já
estou suando só de pensar.
- Fique tranqüilo - disse ela me afagando
- não precisa se preocupar. Não vou deixá-lo
sozinho.
- Você jura? Mas e quando você estiver na
sala de cirurgia, quem vai tomar conta de mim?
- Fique calmo, bobinho. Deixo minha
irmã tomando conta de você. Eu volto logo.
Qualquer coisa, estarei ao seu lado.
A conversa foi muito reconfortante. Ana
procurou me dar força e, depois de ouvi-
la durante três horas, senti que já estava
psicologicamente preparado para enfrentar a
situação de acompanhante. [...] NOVAES, Carlos Eduardo. Vida de acompanhante. In: A cadeira do
dentista. Coleção Para gostar de ler. 8.ed.. São Paulo: Ática, 2005,
p. 26-27.

A respeito das personagens principais
do texto, analise as assertivas e assinale
a alternativa que aponta as corretas.


I. A mulher decide conseguir ajuda
para que o marido perca o receio de
acompanhá-la.

II. A mulher revela ter pouca paciência com
o comportamento do homem.

III. O homem concorda em acompanhar a
esposa para que ela possa passar por
uma cirurgia.

IV. A mulher era muito ciumenta, por isso
queria a companhia do marido.

V. O homem consegue disfarçar o medo
que tem de entrar em hospitais.

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Fonte: AGENTE PRISIONAL / SUSIPE/PA / 2018 / AOCP