Simulado Polícia Militar do Estado de São Paulo - PMESP | Soldado PM 2ª Classe | 2019 pre-edital | Questão 147

Língua Portuguesa / Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários)


Por que achamos que ser magro é bonito? Dieta da sopa, da lua, do pepino, da batata doce, para
secar a barriga. Em um passeio rápido pela internet, não é
nada difícil pinçar alguns exemplos de uma obsessão pela
magreza. Mas por que queremos tanto emagrecer? Por que
achamos que “magreza = beleza”?
A preocupação com o ponteiro da balança está longe
de ser apenas uma preocupação com a saúde. Essa neura
com o peso não vem dos tempos mais remotos. Basta espiar
as obras de arte dos séculos passados e ver que a figura
feminina idealizada ali concentrava mais gordura do que as
modelos de hoje. O quadril largo, as coxas generosas, o ros-
to mais cheinho eram traços valorizados nas musas. Ainda
que o padrão em si tenha mudado, a lógica permanece. “Os
padrões de beleza que aparecem ao longo da história são,
como regra, acessíveis a poucos”, aponta a psicóloga Joana
de Vilhena Novaes.
Quando fazer as três refeições básicas diariamente era
um luxo e morrer de fome era um destino comum para as
pessoas, a gordura era um privilégio. Agora, já que temos
mais comida à disposição, mais jeitos de conservá-la, comer
é fácil. Portanto, não é de estranhar que as modelos extrema-
mente magras sejam colocadas em um pedestal. É mais difí-
cil ser muito magra com tantas calorias à disposição. O corpo
magro e jovem também exige cada vez mais procedimentos
estéticos e cirurgias para atingir a dita “perfeição” — exige
dinheiro, mais um obstáculo.
Só no Brasil, um terço das meninas que estão no 9o ano
do Ensino Fundamental já se preocupam com o peso, de
acordo com uma pesquisa de 2013 do IBGE. Em âmbito glo-
bal, a probabilidade de que uma moça com idade entre 15 e
24 anos morra em decorrência de anorexia é 12 vezes maior
que por qualquer outra causa. E não é à toa que as vítimas
mais comuns sejam as mulheres. A nutricionista Paola Altheia
explica a tendência: “Enquanto a moeda de valor masculina
na sociedade é dinheiro, poder e influência, a das mulheres
é a aparência”. (Ana Luísa Fernandes, Priscila Bellini. http://super.abril.com.br.
08.07.2015. Adaptado)

Conforme o texto, a lógica que dita os padrões de beleza
leva em conta

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Fonte: AGENTE ADMINISTRATIVO RECENSEADOR / ODAC / 2016 / VUNESP