Simulado Secretaria de Educação de SP (SEED/SP) | Analista de Tecnologia - TI | 2019 pre-edital | Questão 84

Língua Portuguesa / Sentido próprio e figurado das palavras


“Xadrez que liberta”: estratégia,
concentração e reeducação João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois
meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos
preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros,
grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos
em comum: tabuleiros e peças de xadrez.
O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula
de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o
que pretendem fazer quando estiverem em liberdade.
“Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pen-
sar duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada,
pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate,
instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça errada,
eu posso perder uma peça muito importante na minha vida, como
eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema maior é to-
mar o xeque-mate”, afirma João Carlos.
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos em
22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez
que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar a
atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de Estado
da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado o pri-
meiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi implan-
tado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da disputa,
inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória não é o
mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não
esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como es-
tou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido ao
bom comportamento”.
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido
Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças
no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo
por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade,
já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam
melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude”.
Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a li-
berdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos já
faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também minha
família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a minha
família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter
que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”.
“Medidas de promoção de educação e que possibilitem que
o egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair sem
retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho Estadual
de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo. (Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que-liberta-estrategia-
-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Acesso em: 18.08.2012. Adaptado)

Considerando o contexto em que as seguintes frases foram produzidas, assinale a alternativa em que há emprego figurado das palavras.

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Fonte: AGENTE DE ESCOLTA E VIGILâNCIA PENITENCIáRIA / SEJUS/ES / 2013 / VUNESP