Como a prisão muda a personalidade de detentos
É quase inevitável que o tempo passado na prisão –
em um ambiente altamente estruturado, mas ameaçador –
provoque mudanças na personalidade. Especialmente para
as pessoas preocupadas em como reabilitar o prisioneiro,
o problema é que essas mudanças de personalidade, embora
ajudem o indivíduo a sobreviver à prisão, são
contraproducentes para sua vida após a soltura.
Como exemplo, há os resultados de entrevistas em
profundidade conduzidas com 25 ex-condenados à prisão
perpétua (incluindo duas mulheres) em Boston, nos EUA,
que passaram em média 19 anos na prisão.
Ao analisar as suas narrativas, a psicóloga Marieke
Liema e o criminologista Maarten Kunst descobriram que o
grupo desenvolveu “traços de personalidade
institucionalizados”, como “desconfiar dos outros,
dificuldade de se relacionar e de tomar decisões”.
Um ex-presidiário de 42 anos disse: “Eu ainda meio
que ajo como se estivesse na prisão. E, assim, você não é
como um interruptor ou uma torneira. Não dá para
simplesmente se desligar. Quando você faz algo por um
período longo… isso se torna parte de você”.
JARRETT, C. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-44282247. Acesso em: 13 set. 2019, com adaptações.
Considerando a hipotética necessidade de se registrar, no
livro de ocorrências de uma penitenciária, o trecho “disse:
‘Eu ainda meio que ajo como se estivesse na prisão. E, assim,
você não é como um interruptor ou uma torneira. Não dá
para simplesmente se desligar.” (linhas de 17 a 20), assinale
a alternativa que apresenta a redação mais compatível com o
conteúdo original e com o nível de formalidade adequado à
suposta situação comunicativa.