Simulado Polícia Militar do Distrito Federal - PMDF | Soldado Combatente | 2019 pre-edital | Questão 169

Língua Portuguesa / Compreensão e intelecção de textos


Com um leve toque de mão as pessoas evitam o trânsito, correm menos risco de assalto na rua, economizam dinheiro
e, ainda por cima, têm mais tempo para lazer – para isso são exigidos dois dedos. Mágica? Infelizmente, não.
Alguns dos mais renomados especialistas do mundo em urbanismo defendem a ideia absolutamente realista: dedos
acoplados a um computador reduzem a necessidade de deslocamento tanto para comprar como para estudar ou trabalhar.
Cresce ano a ano o número de pessoas que trabalham em casa, conectadas por computador à sua empresa.
O problema é que a tecnologia está disponível, mas só para poucos. No Brasil, quando falamos em exclusão social,
pensamos nos sem-terra, sem-teto, além dos “sem-emprego ou sem-salário”. A cidade do futuro ensina que se forma uma
nova categoria de excluídos: os “sem-computador”.
Ao analisar as cidades do Terceiro Mundo, os urbanistas constatam que a mistura de concentração de renda, baixos
salários, desemprego e falta de boas escolas públicas criou guetos das classes média e alta – guetos muitas vezes fortificados
com shopping centers ou condomínios de luxo. Justamente esses guetos passariam a ser informatizados, servidos por
batalhões de entregadores, que transitam pela cidade suja, pobre, poluída, dominada por mendigos, assaltantes, meninos
de rua.
As cidades virariam, então, cenários daqueles tenebrosos filmes de ficção, ocupadas por hordas de delinquentes e
desempregados. Entretanto, nem os mais geniais urbanistas nem a mais fantástica das invenções tecnológicas fazem
milagres nas cidades. Não é a aglomeração que provoca o caos, mas a pobreza. O pobre é mais atingido. Mas o rico não vive
bem: poucas coisas são piores do que viver com medo, cercado de guarda-costas.
O computador até ajuda – e muito – as pessoas a terem mais tempo livre e acesso à informação. Mas, com miséria,
imaginar salvação na informática é algo como encomendar ao urbanista jardim para embelezar cemitério. (Dimenstein, Gilberto. Aprendiz do futuro: cidadania hoje e amanhã.)

No trecho: “O computador até ajuda – e muito – as pessoas a terem mais tempo livre e acesso à informação.” (6º§) , a palavra até

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Fonte: ASSISTENTE ADMINISTRATIVO / Pref. Lagoa da Confusão/TO / 2013 / IDECAN