Simulado Polícia Militar do Distrito Federal - PMDF | Soldado Combatente | 2019 pre-edital | Questão 212

Língua Portuguesa / Relações de sinonímia e antonímia


Texto I
Não vivemos sem monstros Os monstros fazem parte de todas as mitologias. Os havaianos acreditam em um homem com uma boca de
tubarão nas costas. Os aborígines falam de uma criatura com corpo humano, cabeça de cobra e tentáculos de
polvo. Entre os gregos, há relatos de gigantes canibais de um olho, do Minotauro, de uma serpente que usa
cabeças de cachorros famintos como um cinto.
Não importam as diferenças de tamanho e forma. Os monstros têm uma característica em comum: eles
comem pessoas. Expressam nossos medos de sermos destruídos, dilacerados, mastigados, engolidos e defecados.
O destino humilhante daqueles que são comidos é expresso em um mito africano a respeito de uma ave gigante
que engole um homem e, no dia seguinte, o expele. Além de significar a morte, este tipo de destino final nos
diminui, nos tira qualquer ilusão de superioridade em relação aos outros animais.
Para os homens de milhões de anos atrás esta era uma realidade. Familiares, filhos, amigos eram
desmembrados e devorados. Passamos muito tempo da nossa história mais como caça do que caçador. Tanto que
até hoje estamos fisiologicamente programados para reagir a situações de estresse da mesma forma com que
lidávamos com animais maiores – e famintos.
O arquétipo do monstro, tão recorrente em nossa história cultural, expressa e intensifica nosso medo
ancestral dos predadores. A partir do momento em que criamos estes seres e os projetamos no reino da
mitologia, nos tornamos capazes de lidar melhor com nossos medos. Em sua evolução no plano cultural, os
monstros passaram a explicar a origem de outros elementos que nos assustam e colocam nossas vidas em risco,
em especial fenômenos naturais como vulcões, furacões e tsunamis.
Mais que isso, esses seres fictícios nos permitiram lidar com a mudança de nossa situação neste planeta.
Conforme nos tornamos predadores, passamos a incorporar os monstros como forma de autoafirmação. E, diante
do imenso impacto que provocamos nos ecossistemas que tocamos, também de autocrítica. De certa forma, nos
tornamos os monstros que temíamos. Isso provoca uma sensação dupla de poder e culpa.
Começamos com os dragões, os primeiros arquétipos de monstros que criamos, e chegamos ao Tubarão, de
Steven Spielberg, e ao Alien, de Ridley Scott. Nessas tramas, o ser maligno precisa ser destruído no final, mesmo
que para voltar de forma milagrosa no volume seguinte da franquia.
Precisamos dos monstros. Eles nos ajudam há milênios a manter nossa sanidade mental. É por isso que os
mitos foram repetidos através dos séculos, alimentaram enredos literários e agora enchem salas de cinema. Não
temos motivo nenhum para abrir mão deles. (Paul A. Trout. Revista Galileu. Março de 2012, nº 248 I. Editora Globo.)

Em “... esses seres fictícios nos permitiram lidar com a mudança de nossa situação neste planeta.” (5º§), a palavra que possui o sentido oposto de “fictício” é

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Fonte: ANALISTA DE SISTEMAS / CREFITO/PR / 2013 / IDECAN