ESCREVA BEM, É SIMPLES Não é preciso ser professor de língua portuguesa para
conhecê‐la. Os gramáticos não são os únicos capazes de produzir
textos coerentes, concisos e adequados. Não, a língua
portuguesa não é a mais difícil de ser entendida. Não, português
não é difícil de aprender. Acredite, você é capaz de produzir
textos concisos, caprichados e perfeitamente entendíveis às
pessoas que você deseja que tenham acesso a eles.
Para começar, defina seu assunto, ou seja, sobre o que
você pretende falar ou discursar. Entenda que não é o título
(ao concluir seu texto, não se esqueça dele), mas o assunto a
ser desenvolvido, aquele que será seu objeto de análise, tal
como uma matéria‐prima que precisa ser moldada para ter os
formatos de acordo com o estilo de cada um.
Uma das dicas para isso é inserir em seu cotidiano a
leitura em suas formas verbais e não verbais, tendo um olhar
atencioso a todas as formas de textos que o rodeiam, tais
como propaganda, folder, charge, placa de trânsito, anúncio
de emprego, discurso de algum político, enfim, atente‐se a
tudo o que é capaz de transmitir uma mensagem. Aproveite
para se questionar sobre como esses exemplos conseguem
fazer com que uma mensagem seja entendida por um
determinado grupo de pessoas.
Bom, escolhido o assunto, defina, indispensavelmente,
seu público‐alvo, pois ninguém escreve bem se não souber
para quem vai escrever. Essa dica vale até mesmo se você
desejar que seu texto seja lido por um grande número de
pessoas. Nesse caso, utilize‐se de uma linguagem simples e
formal, ou seja, não utilize palavras que parecem existir
apenas em dicionários e, muito menos, não utilize expressões
grosseiras e gírias.
Observadas essas dicas, você pode, enfim, começar seu
rascunho. Isso mesmo! Rascunho, pois um bom texto, na
maioria das vezes, é o resultado de uma releitura realizada
pelo próprio autor. Isso acontece porque, ao reler o que
escrevemos, vamos identificando outras formas de passar a
mesma informação. Nesse processo, aumentamos nossa
garantia de que a mensagem será entendida pelos nossos
receptores.
Além dessas regras que podem ser lembradas mais
facilmente, vale uma dica muito importante: peça que outra
pessoa leia seu texto, pois nada como um olhar diferente para
apontar algumas falhas que, mesmo após nossa releitura, não
conseguimos identificar. (Adaptado de Erika de Souza Bueno, O Globo, 17‐03‐2012)
Falando da clareza do texto, o Manual de Elaboração de
Textos do Senado Federal diz o seguinte: a clareza, que torna
o texto inteligível, decorre
• do uso de palavras e expressões em seu sentido comum,
salvo quando o assunto for de natureza técnica, hipótese
em que se empregarão nomenclatura e terminologia
próprias da área;
• da construção de orações na ordem direta, evitando
preciosismos, neologismos, intercalações excessivas,
jargão técnico, lugares‐comuns, modismos e termos
coloquiais;
• do uso do tempo verbal, de maneira uniforme, em todo o
texto;
• do emprego dos sinais de pontuação de forma judiciosa,
evitando os abusos estilísticos.
A alternativa que apresenta uma construção de orações na
ordem direta é:
Fonte: ANALISTA - SUPORTE DE SISTEMAS / Senado Federal / 2012 / FGV