Simulado Tribunal de Justiça do Ceará (TJ/CE) | Técnico Judiciário - Área: Judiciária | 2019 pre-edital | Questão 67

Língua Portuguesa / Reconhecimento de tipos e gêneros textuais


Texto 1A1AAA O medo do esquecimento obcecou as sociedades
europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua
inquietação, elas fixaram, por meio da escrita, os traços do
passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos vivos e todos
os textos que não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o
tecido, o pergaminho e o papel forneceram os suportes nos
quais podia ser inscrita a memória dos tempos e dos homens.
No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca,
na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais
simples, a escrita teve como missão conjurar contra a fatalidade
da perda. Em um mundo no qual as escritas podiam ser
apagadas, os manuscritos podiam ser perdidos e os livros
estavam sempre ameaçados de destruição, a tarefa não era fácil.
Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro
perigo: o de uma incontrolável proliferação textual de um
discurso sem ordem nem limites.
O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis
e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi
considerado um perigo tão grande quanto seu contrário.
Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim
como o esquecimento também o é para a memória. Nem todos
os escritos foram destinados a se tornar arquivos cuja proteção
os defenderia da imprevisibilidade da história. Alguns foram
traçados sobre suportes que permitiam escrever, apagar e
depois escrever de novo. Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura
(séculos XI-XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo:
UNESP, 2007 , p . 9 -10 ( com adap tações ) .

Predomina no texto 1A1AAAa tipologia

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