Simulado Advocacia Geral da União - AGU | Analista Técnico-Administativo | 2019 pre-edital | Questão 312

Língua Portuguesa / Reescrita de frases e parágrafos do texto


Os riscos da poluição e do aquecimento global para a saúde Vivemos tempos interessantes, para dizer o mínimo. A falta de bom senso leva o mundo, nossas lideranças e
mesmo as pessoas comuns a agir de maneira irracional e até mesmo contrária aos seus próprios interesses.
Estão aí o Brexit, a rejeição ao acordo de paz colombiano, a indicação do bufão Donald Trump como candidato à
presidência dos Estados Unidos e as atrocidades da guerra na Síria. Isso para ficarmos apenas em alguns exemplos
recentes e mais emblemáticos.
Nessa equação entram também as poucas vozes que ainda insistem em considerar o aquecimento global e as
mudanças climáticas como uma ficção ou até mesmo como algo verdadeiro, mas sem importância.
Claro que agora só os muito insanos ou com grandes interesses econômicos é que ainda se manifestam
contrariamente aos ululantes indicadores de que o planeta está cada vez mais quente.
Felizmente para nós, a ratificação do Acordo de Paris ocorreu em tempo recorde. Agora os países, entre eles os
maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo, começam a colocar em prática seus planos de reduzir sua
contribuição para as mudanças climáticas.
E, se ainda faltava entender melhor os perigos associados ao uso intensivo de combustíveis fósseis, à destruição do
meio ambiente e ao crescimento desordenado, um novo e poderoso argumento surgiu em um relatório da Organização
Mundial da Saúde (OMS).
O estudo constatou que cerca de 92% da população mundial vivem em áreas com qualidade do ar inferior aos
padrões recomendados.
Para chegar a essa conclusão, a OMS, órgão das Nações Unidas, em parceria com a Universidade Bath, do Reino
Unido, utilizou uma tecnologia que obtém dados por meio de sensores bastante sensíveis de monitoramento terrestre e
de movimentação do ar instalados em satélites.
E, lá de cima, foi possível constatar que as áreas mais atingidas pela poluição, com volume de partículas finas em
suspensão maior que os estabelecidos como seguros, estão cidades do Oriente Médio, outras localizadas no sul e
sudeste da Ásia, incluindo aí China e Índia, os dois países com maior população do mundo e também cidades do centro
e norte da África.
O Brasil não escapa dessa poluição, mas apresenta um ar de qualidade mais razoável. De qualquer maneira, se as
cidades litorâneas do Nordeste e mesmo a capital Brasília apresentam baixos índices de partículas suspensas no ar, São
Paulo e grande parte do estado do Mato Grosso registram poluição atmosférica mais alta que o recomendado pela
OMS.
Entre as principais razões para o agravamento dessa poluição estão as atividades industriais: a queima de carvão e
madeira, os sistemas de transporte antiquados e ineficientes e a incineração de lixo.
Das soluções apresentadas pela Organização Mundial da Saúde para começar a reverter esse quadro, muitas
mantêm uma relação direta com o combate às mudanças climáticas e ao aquecimento global.
Entre elas, investimento em energias renováveis, o incentivo ao transporte público eficiente e menos poluente, a
redução das atividades industriais e a gestão eficiente dos resíduos sólidos.
Uma coisa está ligada invariavelmente a outra. Poluição e aquecimento global atuam em consonância para
provocar danos irreparáveis à saúde das pessoas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a poluição é responsável, por uma a cada nove mortes no planeta. São
36% das mortes por câncer de pulmão, 34% por AVC. A poluição ainda contribui para 27% dos ataques cardíacos fatais.
Podemos acrescentar que, além de contribuir para a redução da sensação térmica, cidades com áreas verdes
também ajudam a combater a poluição, entre outros inestimáveis benefícios.
A cada dia recebemos, mais e mais, informações que revelam que, quanto mais longe de um mundo mais
sustentável, justo e equilibrado, mais distante também estaremos de uma vida plena e saudável. (CANTO, Reinaldo – 28/10/2016. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/os-riscos-da-poluicao-e-do-aquecimento-
global-para-a-saude.)

“O Brasil não escapa dessa poluição, mas apresenta um ar de qualidade mais razoável.” (10º§) Considerando-se o
efeito de sentido produzido pela conjunção “mas” no período em destaque, assinale a reescrita que mantém tal
sentido apresentado de forma coerente e coesa.

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Fonte: ANALISTA ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO / Câmara de Aracruz/ES / 2016 / IDECAN