Simulado Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal - TERRACAP | Técnico Administrativo | 2019 pre-edital | Questão 221

Língua Portuguesa / Reescrita de frases e parágrafos do texto


É fato reconhecido que a semelhança ou mesmo a
similitude perfeita entre pares de coisas não faz de uma a
imitação da outra. As imitações contrastam com a realidade,
mas não posso usar na análise da imitação um dos termos que
pretendo esclarecer. Dizer “isto não é real” certamente
contribui para o prazer das pessoas com as representações
imitativas, de acordo com um admirável estudo de psicologia
escrito por Aristóteles. “A visão de determinadas coisas nos
causa angústia”, escreve Aristóteles na Poética, “mas
apreciamos olhar suas imitações mais perfeitas, sejam as
formas de animais que desprezamos muito, sejam cadáveres”.
Esse tipo de prazer pressupõe o conhecimento de que seu
objeto é uma imitação, ou, correlativamente, o conhecimento
de que não é real. Há, portanto, uma dimensão cognitiva nessa
forma de prazer, assim como em muitos outros prazeres,
inclusive os mais intensos.
Suponho que o prazer de comer determinadas coisas
pressupõe algumas crenças, como a de que elas são realmente
o que pensamos estar comendo, mas a comida pode se tornar
um punhado de cinzas quando se descobre que isso não é
verdade — que é carne de porco, para um judeu ortodoxo, ou
carne de vaca, para um hindu praticante, ou carne humana, para
a maioria de nós (por mais que o sabor nos agrade). Não é
preciso sentir a diferença para haver uma diferença, pois o
prazer de comer é geralmente mais complexo, pelo menos entre
os seres humanos, do que o prazer de sentir o gosto. Saber que
algo é diferente pode fazer diferença para o gosto que
sentimos. Se não o fizer, é que a diferença de gostos talvez não
seja uma coisa que preocupe o bastante para que as respectivas
crenças sejam um requisito do prazer. Arthur C. Danto. A transfiguração do lugar-comum: uma filosofia da arte.
Trad. Vera Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 49-50 (com adaptações).

Assinale a opção correta a respeito das estruturas linguísticas do texto.

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Fonte: ANALISTA JUDICIáRIO ESPECIALIZADO - ÁREA ANáLISE DE SISTEMAS / TJ/AL / 2012 / CESPE_ME