Simulado Ministério Público do Estado da Paraíba - MPPB | Técnico Ministerial - Sem Especialidade | 2019 pre-edital | Questão 516

Português / Flexão nominal e verbal


Foi no Varandá Quem não é baiano e chega a Salvador – que também
se chama “a Bahia” – faz uma viagem profunda, encontrando
dentro de si uma chave insuspeitada, que abre inédita alegria e
invoca um verdadeiro companheirismo. É uma súbita epifania,
vale dizer, uma manifestação reveladora.
A minha ocorreu faz muito tempo, em 1970, e se deu
especialmente no Varandá, um inacreditável barzinho, perto do
elevador Lacerda, dependurado lá no alto, sobre o mar, com a
varanda que lhe deu o nome. Chegara a Salvador e já estava
com uma turma amiga, lá em cima, de frente para a lua e para o
forte São Marcelo. Parodiando Drummond: aquela lua, aquele
mar me botavam comovido como o diabo.
A descoberta de Salvador (que revisitei recentemente,
impressionado com a rápida metamorfose urbana que veio a
sofrer a extensa orla) não é sem consequências: o viajante volta
de lá não como um turista recompensado, mas como alguém
que incursionou para muito dentro de si mesmo, por ter
convivido tanto para fora... Talvez não se explique essa sen-
sação de que a alegria mais forte tem dois lados, fazendo co-
municar-se a alma pessoal com a alma das ruas.
Pois voltando recentemente a Salvador, procurei pelo
Varandá sabendo que já não existia há muito: é assim que
funciona a fome teimosa de nossa memória afetiva. Fui até o
portãozinho de ferro trancado, que dava para o corredor que à
frente virava para chegar à varanda sobre aquele abismo
mágico. Colado ao velho portão, vi caixotes velhos, papelão,
garrafas, signos do abandono – quase diria de traição. Fiquei ali
uns minutos pensando, obviamente, na efemeridade de tudo.
Pensei comigo: - Foi aqui, foi no Varandá...
Saí de lá rumo à praça Castro Alves, pensando na magia
que os jovens viajantes de hoje, saberão encontrar na cidade.
Enquanto isso, ia lembrando uma canção: “Viver não é fácil
não / Pergunte pra meu coração / sei perder na valentia/ sei
amar o meu amor / Ah moreno / Sei beber no Varandá / Foi
Sandoval quem me ensinou”. (Justino da Veiga, inédito)

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:

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Fonte: ANALISTA JUDICIáRIO - ÁREA JUDICIáRIA / TRT 5ª / 2013 / FCC