Simulado Secretaria de Educação de SP (SEED/SP) | Analista de Tecnologia - TI | 2019 pre-edital | Questão 41

Língua Portuguesa / Classes de palavras / Substantivo, Adjetivo e Advérbio


Cortem-lhe a cabeça!

Um dos assuntos da semana foi o rostinho 100% natural da
atriz Cate Blanchett na capa da “Intelligent Life”, título de estilo e
comportamento da revista “The Economist”. A foto foi publicada
sem nenhuma correção feita com o Photoshop.
As revistas femininas, que usam o recurso de correção de
imagens em níveis extremos, comemoram a iniciativa alheia. Cate,
42, exibe suas rugas discretas e está, obviamente, linda. De fato, o
rosto da atriz é um alívio estético diante de olhos tão acostumados
a peles com textura de borracha.
Mas o discurso que legitima esse tipo de opção como tendên-
cia traz com ele uma justificativa mercadológica.
Vejamos. Os corpos 100% perfeitos, sem nenhuma marca
de expressão, são irreais. Correto. Funcionam como fantasias
inalcançáveis, por mais que as mais afoitas tentem consegui-los
com a ajuda de cirurgias, implantes e outras alterações físicas.
Mas, até mesmo para as marias-bisturi, os resultados têm li-
mites. Seja a permanência de algumas rugas, seja a transformação
das pacientes em seres humanos artificiais. E, mesmo com todos
os recursos disponíveis, as consumidoras começaram a relatar seu
descontentamento diante do espelho.
Ironicamente, campanhas por imagens mais reais têm como
principais interessados os fabricantes de cosméticos.
Cate Blanchett sem Photoshop é uma bela mulher com rugas.
Mas com ótima pele. Ultra bem tratada. Sem manchas. Coisas
que uma série de tratamentos estéticos não invasivos podem fazer
por qualquer mulher. Pelo menos por qualquer uma com recursos
suficientes para pagar por eles.
Cremes anti-idade, maquiagem de alta definição, produtos de
múltipla ação, tudo isso andava escondido sob muitas camadas
de maquiagem digital. E a indústria da beleza, grande anunciante
das revistas e suplementos de estilo e comportamento, começou
a perceber que estava marcando gols contra.
Será bom, é claro, ver mais mulheres verdadeiras em capas
mundo afora. Há muita beleza viva a ser mostrada. Mesmo assim,
para grande parte da humanidade, o acesso a um arsenal que per-
mita chegar aos 40 ou aos 50 com “cara de Cate” (e isso inclui,
além de cosméticos, alimentação, exercícios e genética) é quase
tão irreal quanto um par de seios absurdamente redondos e com
design
não compatível com a lei da gravidade. (Vivian Whiteman, Serafina, abril de 2012. Adaptado)

No trecho do quinto parágrafo – E, mesmo com todos os recursos disponíveis, as consumidoras começaram a relatar seu descontentamento diante do espelho. – a expressão em destaque tem sentido equivalente a

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Fonte: TéCNICO LEGISLATIVO / Câmara de Mauá/SP / 2012 / VUNESP