Simulado Secretaria de Educação de SP (SEED/SP) | Analista de Tecnologia - TI | 2019 pre-edital | Questão 77

Língua Portuguesa / Regência verbal e nominal


O equilibrista bêbado Girar pratos constitui um tradicional ato circense, no qual
um malabarista mantém um grande número de pratos girando
sobre varetas. Frequentemente, o ato é combinado com acroba-
cias e sequências humorísticas. Girar pratos é também uma co-
nhecida metáfora para o trabalho gerencial. Muitos executivos,
quando interrogados sobre sua rotina, respondem com a frase:
“continuo tentando manter os pratos no ar”.
Colin Price, diretor da consultoria McKinsey & Company,
em Londres, fez eco ao senso comum: publicou, há alguns me-
ses, um artigo na revista da empresa, sugerindo que liderança se
tornou, de fato, a arte de girar pratos. O consultor refere-se aos
paradoxos característicos da vida nas organizações e à neces-
sidade de os executivos buscarem posições de equilíbrio, nem
sempre triviais.
Sua principal premissa é que a forma racional para buscar
melhores resultados nas organizações, com foco em questões
financeiras e operacionais, com metas, pode não ser a maneira
mais eficaz. Não deixa de parecer irônico, dado sua empresa ter
construído um impressionante portfólio de clientes com a venda
justamente desse tipo de abordagem. Price parece ter descober-
to que, embora gostemos de ver as empresas como manifesta-
ções da racionalidade, a realidade frequentemente nos mostra
que ações e decisões corporativas são comumente marcadas
pela imprevisibilidade e pela excentricidade do comportamento
humano.
A sugestão de Price é abraçar a condição paradoxal da vida
corporativa e buscar situações de equilíbrio. Assim como os
malabaristas tentam manter seus pratos no ar, os executivos
devem tentar direcionar esforços para incentivar os comporta-
mentos capazes de alinhar as organizações com as suas maiores
prioridades.
O consultor identifica grandes paradoxos da vida corporati-
va. Dois deles merecem destaque. O primeiro envolve mudanças
e estabilidade. Toda empresa que deseja sobreviver precisa man-
ter-se no passo de mudança de seu ambiente. Frequentemente,
isso implica realizar alterações na estratégia, reformar estruturas,
renovar quadros e acelerar o desenvolvimento e o lançamento de
produtos. No entanto, o excesso de mudanças causa estresse e
gera resistência. Mais sensato é procurar o equilíbrio entre mu-
dança e estabilidade, com respeito aos limites das pessoas e dos
processos.
O segundo paradoxo envolve controle e autonomia. Toda or-
ganização necessita de normas e processos. Algumas empresas,
entretanto, por incapacidade gerencial, operam em um vácuo de
regras. Tornam-se erráticas e caóticas, tomando decisões ao sa-
bor do momento. Por outro lado, o excesso de controle condena
os funcionários à condição de meros executores. Como as ban-
das de jazz, as empresas precisam de regras básicas para operar,
de forma que cada profissional possa, no momento correto, im-
provisar e criar.
A mensagem de Price tem méritos. De fato, para enfrentar
os desafios do dia a dia, os executivos devem reconhecer que sua
atividade é permeada por contradições. Infelizmente, muitos pa-
recem agir como equilibristas bêbados. Sobra-lhes desinibição e
falta-lhes consciência. Se trabalhassem “sóbrios”, talvez fossem
capazes de reconhecer a real natureza de sua tarefa e manter to-
dos os pratos no ar. (Thomaz Wood Jr., www.cartacapital.com.br, 07.07.2013. Adaptado)

As expressões destacadas em – A sugestão de Price é
abraçar a
condição paradoxal da vida corporativa e buscar
situações de equilíbrio. – estão, correta e respectivamente,
substituídas, sem alteração de sentido e seguindo as regras
de regência da norma-padrão da língua portuguesa, por:

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Fonte: ANALISTA DE GESTãO ORGANIZACIONAL - RECURSOS HUMANOS / ITESP / 2013 / VUNESP