Simulado Secretaria de Fazenda do Rio Grande do Sul - SEFAZ/RS | Técnico Tributário | 2019 pre-edital | Questão 569

Língua Portuguesa / Domínio da estrutura morfossintática do período / Colocação dos pronomes átonos


A inércia da vida real desaparece magicamente na
navegação pelo ciberespaço, desprovida de fricção. No
mercado atual, encontramos uma série de produtos privados de
suas propriedades malignas: café sem cafeína, creme sem
gordura, cerveja sem álcool… ciberespaço. A realidade virtual
simplesmente generaliza esse procedimento: cria uma realidade
privada de substância. Da mesma maneira que o café
descafeinado tem cheiro e gosto semelhantes aos do café, sem
ser café, minha persona na rede é sempre um “eu”
descafeinado. Por outro lado, existe também o excesso oposto,
e muito mais perturbador: o excedente de minha persona
virtual com relação ao meu “eu” real. Nossa identidade social,
a pessoa que presumimos ser em nosso intercurso social, já é
uma máscara, já envolve a repressão de nossos impulsos
inadmissíveis; e é precisamente nessas condições de “só uma
brincadeira”, quando as regras que regulam os intercâmbios de
nossas vidas reais estão temporariamente suspensas, que
podemos nos permitir a exibição dessas atitudes reprimidas.
O fato de que eu perceba minha autoimagem virtual
como simples brincadeira me permite, assim, suspender os
obstáculos que usualmente impedem que eu realize meu “lado
escuro” na vida real — meu “id eletrônico” ganha asas dessa
forma. E o mesmo se aplica aos meus parceiros na
comunicação via ciberespaço. Não há como ter certeza de
quem sejam, de que sejam “realmente” como se descrevem, ou
de saber se existe uma pessoa “real” por trás da persona online.
A persona online é uma máscara para uma multiplicidade de
pessoas? A pessoa “real” com quem converso possui e
manipula mais personas no computador, ou estou
simplesmente me relacionando com uma entidade digitalizada
que não representa pessoa “real” alguma? Slavoj Zizek. Identidades vazias. Internet:
http://slavoj-zizek.blogspot.com.br (com adaptações).

Com relação às estruturas linguísticas do texto, julgue os itens .

Na linha 25, o termo “se” exerce função de pronome
apassivador da forma verbal “descrevem”.

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Fonte: ANALISTA JUDICIáRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA / STF / 2013 / CESPE