Simulado Secretaria de Fazenda do Rio Grande do Sul - SEFAZ/RS | Técnico Tributário | 2019 pre-edital | Questão 606

Língua Portuguesa / Domínio dos mecanismos de coesão textual / Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual


Texto 1A9BBB Sérgio Buarque de Holanda afirma que o processo
de integração efetiva dos paulistas no mundo da língua
portuguesa ocorreu, provavelmente, na primeira metade
do século XVIII. Até então, a gente paulista, fossem
índios, brancos ou mamelucos, não se comunicava em
português, mas em uma língua de origem indígena,
derivada do tupi e chamada língua brasílica, brasiliana ou,
mais comumente, geral.
No Brasil colônia, coexistiam duas versões de
língua geral: a amazônica, ou nheengatu, ainda hoje
empregada por cerca de oito mil pessoas, e a paulista,
que desapareceu, não sem que deixasse marcas na toponímia
do país e na língua portuguesa. São elas que nos
possibilitam olhar um caipira jururu à beira de um igarapé
socando milho para preparar mingau — sem os termos
que migraram para o português, só veríamos um habitante
da área rural, melancólico, preparando comida às margens
de um riacho. Sem caipira, sem jururu, sem igarapé,
sem socar e sem mingau, a cena poderia descrever uma
bucólica paisagem inglesa.
O idioma da gente paulista formou-se como
resultado de duas práticas: a miscigenação de portugueses
e índias e a escravização dos índios. Os primeiros europeus
que aqui aportaram, sem mulheres, uniram-se às nativas
e criaram os filhos juntos e misturados — as crianças
usavam o tupi da mãe e o português do pai. Aos poucos,
essas famílias mestiças se afastavam da cultura indígena
e casavam entre si, não mais em suas aldeias de origem.
Formava-se assim uma cultura mameluca, nem europeia
nem indígena, com uma língua que já não era o tupi, tampouco
era o português. Era o que falavam os primeiros paulistas,
os bandeirantes, que a difundiram nas bandeiras até as terras
que hoje constituem o Mato Grosso e o Paraná. Branca Vianna. O contrário da memória.
In: Piauí, ed. 116, maio/2016 (com adaptações).

O vocábulo "toponímia" (R.12) refere-se, no
texto 1A9BBB,
ao conjunto de

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Fonte: AUDITOR DO ESTADO / SEFAZ/RS / 2018 / CESPE_ME