Simulado Serviço Federal de Proc. de Dados - SERPRO | Analista - Administração de Serviços de TI | 2019 pre-edital | Questão 270

Língua Portuguesa / Domínio da estrutura morfossintática do período / Colocação dos pronomes átonos


A dúvida nos mete medo. Interrogar, determinar com
exatidão, situar-se; todos esses atos de liberdade, de decisão e
de responsabilidade são terrivelmente angustiantes; trata-se de
angústia análoga àquela de uma criança que rompe o cordão
que a liga a seus pais, a seus mestres, aos grupos dos quais faz
parte e vai perdendo assim a doce segurança da dependência,
da obediência, do conformismo. Essa angústia é inevitável: ela
leva o selo da existência; nela se exprime a vertigem perante a
liberdade. Não se trata, nessas condições, de querer liquidar a
angústia, mas de saber se o homem deve procurar evitá-la, fugir
dela por qualquer saída, ou se, em vez disso, deve aceitá-la e
aventurar-se a viver longe da terra firme.
Ora, o que vale para a existência em geral vale
também e muito particularmente para aqueles que estão ligados
à educação, que é, na realidade, grande geradora de angústias.
De um lado, toda relação pedagógica é fonte de tensão, de
desequilíbrio para aqueles que a vivem, na medida em que ela
os implica naquilo que são, os interroga, coloca em questão
suas preferências, seus valores, seus atos, sua maneira de ser,
seu projeto de existência. Por outro lado, essa tensão e essa
interpelação vão além dos envolvidos como atores particulares
e individuais, pois o que importa pedagogicamente é o projeto
educativo-histórico de uma sociedade no interior da qual a
pedagogia desempenha papel importante. A educação faz com
que toda a nossa sociedade se interrogue a respeito de si
mesma, se debata e se busque. Educar é reproduzir ou
transformar: repetir servilmente aquilo que foi, optar pela
segurança do conformismo, pela fidelidade à tradição ou, ao
contrário, fazer frente à ordem estabelecida e correr o risco da
aventura; é querer que o passado configure todo o futuro ou
partir desse passado para construir outra coisa.31 Moacir Gadotti. Educação e poder: introdução à pedagogia do
conflito. São Paulo: Cortez, 1998, p. 18 (com adaptações).

Acerca do texto acima, julgue os itens de 1 a 8.

Em “Não se trata” (L.9), a partícula “se” poderia ser
corretamente empregada após o verbo, escrevendo-se Não
trata-se.

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Fonte: PROFESSOR - ESPANHOL / SEEDUC/AM / 2011 / CESPE