Simulado Polícia Militar do Estado de São Paulo - PMESP | Soldado PM 2ª Classe | 2019 pre-edital | Questão 126

Língua Portuguesa / Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem


A hipótese das avós A maioria dos vertebrados morre quando o vigor repro-
dutivo chega ao fim. Seres humanos são uma das raras
exceções.
Sob a perspectiva evolucionista, qual seria a explicação
para que as avós, mulheres já estéreis que pouco contri-
buem para a produção de alimentos, permaneçam vivas e
com a cognição preservada? Um estudo publicado na revista
Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)
propõe uma explicação genética para esse fenômeno.
Em 1998, um trabalho de campo havia mostrado que no
grupo Hazda, de caçadores-coletores da Tanzânia, sobre-
viviam mais crianças nas famílias com avós que ajudavam
a alimentá-las e lhes transmitiam tradições culturais e ensi-
namentos ecológicos. Graças a essa atuação, seus genes
levariam vantagem na passagem para as novas gerações,
teoria que ficou conhecida como “a hipótese das avós”.
A deterioração da capacidade cognitiva associada ao
envelhecimento, entretanto, compromete essas vantagens.
No estudo da PNAS, o grupo de Ajit Varki e Pascal
Gagneux, da Universidade da Califórnia, avaliou a contribui-
ção de um gene (CD33) envolvido no controle das respostas
inflamatória e imunológica à doença de Alzheimer, enfermi-
dade característica da fase pós-reprodutiva.
Pesquisas anteriores haviam documentado que esse
gene tem duas variantes, uma das quais predispõe à
doença, enquanto a outra protege contra ela. Para elucidar
o papel do gene, o grupo comparou essas duas variantes
com as dos chimpanzés, nossos parentes mais chegados.
Verificaram que seres humanos e chimpanzés apresentam
níveis semelhantes da variante deletéria, enquanto a pro-
tetora atinge níveis quatro vezes mais elevados entre nós.
Esse achado sugere que os chimpanzés, primatas em que a
morte costuma coincidir com o fim do período de fertilidade,
nunca viveram o suficiente para usufruir as vantagens da
variante protetora.
Pesquisando em bancos de dados do Projeto Genoma,
os autores encontraram a variante protetora em etnias africa-
nas, americanas, europeias e asiáticas.
O gene protetor, no entanto, não está presente em todas
as pessoas. De qualquer forma, é muito interessante des-
cobrir que nossa espécie selecionou uma variante para
nos proteger de uma doença que somente se instalará na
oitava ou na nona década de vida, fase distante da seleção
reprodutiva. Esse mecanismo seletivo operaria no sentido
de maximizar as contribuições de indivíduos em idade pós-
-reprodutiva, para a sobrevivência dos mais novos.
Os autores concluem que “as avós são tão importantes,
que nós evoluímos genes para proteger suas mentes”. (Drauzio Varella. www.cartacapital.com.br/revista/881/a-hipotese-das-avos,
27.12.2015. Adaptado)

No trecho do último parágrafo – … “as avós são tão
importantes, que
nós evoluímos genes para proteger
suas mentes”. –, o termo destacado introduz, com relação à afirmação que o antecede, uma

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Fonte: PROFESSOR SUBSTITUTO II / Pref. Alumínio/SP / 2016 / VUNESP